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18/10/2018 | 4 min de leitura

Gramas mais tolerantes ao pisoteio

Autor: Engenheiro Agrônomo Itograss - Rodrigo Santos

Quando uma pessoa decide plantar um gramado pela primeira vez a pergunta que logo vem a sua cabeça é: Grama é tudo igual?

Com uma breve pesquisa descobre-se que a resposta é: NÃO.

Além disso, essa descoberta lhe apresenta que há uma série de variedades de grama disponíveis no mercado brasileiro, como exemplo a Itograss que tem atualmente 8 variedades disponíveis para comercialização.

Vem aí a segunda questão: Qual variedade então? A resposta para essa pergunta vai depender de uma série de situações, como o tipo de utilização desse gramado, as características do ambiente onde ela será plantada, e entre outros fatores que devem ser considerados antes da escolha da variedade correta o tema reservado para esta matéria é a TOLERÂNCIA AO PISOTEIO.

Entender e considerar essa característica no momento de escolher a variedade correta para o seu projeto é fundamental para o sucesso do seu gramado.

Definição:

A tolerância ao pisoteio se resume a capacidade que o gramado tem de se regenerar ao dano causado pelo tráfego sobre ele.

E quem causa o desgaste? Nos gramados domésticos, por exemplo, crianças brincando, animais de estimação, tráfego de carros, etç. Já nos gramados esportivos, onde o pisoteio é mais problemático, os atletas e seus calçados especiais são os grandes agentes causadores.

Para entendermos os efeitos do pisoteio ao gramado é preciso entender que além do dano causado pelo tráfego à planta também há o dano causado ao solo. No solo estão as raízes, estruturas fundamentais no processo de metabolismo da planta.

 Fig. 1 – Efeito da compactação do solo sobre os efeitos das raízes

Os principais sintomas de um gramado que está sofrendo com os efeitos da compactação são o desenvolvimento lento da grama, onde suas folhas apresentam estado de nanismo. Poças de agua que demoram a drenar também podem ser vistas nas regiões compactadas. Em situações críticas a grama morre completamente.

As variedades de grama se diferenciam pela tolerância ao desgaste (resistência) e pela capacidade de se recuperarem (regeneração). Conhecer esses fatores é importante para o consumidor no momento da escolha do melhor cultivar para o seu futuro gramado, porém, muitas vezes essa preocupação é ignorada.
 

Variedades de grama:

A medida mais importante que você pode tomar para manter a grama saudável é escolher uma variedade que é adequada para o pisoteio que ela vai enfrentar.
Para efeito de comparação vamos dividir as variedades conforme os seus grupos familiares.

Bermudas

As variedades mais resistentes ao pisoteio são as da família das Bermudas (Cynodon Dactilon), onde se destacam a Bermudas Tifway 419 e a Bermudas Celebration. Esta última variedade apresenta a maior resistência ao pisoteio entre todas as gramas produzidas no Brasil.

Por serem tão resistentes ao pisoteio as Bermudas são as variedades mais indicadas para projetos esportivos de alto rendimento. A sua rápida capacidade de regeneração possibilita a recuperação desses gramados que tanto sofrem durante a prática esportiva.

Zoysias

A família das Zoysias apresenta resistência intermediária ao pisoteio. São as variedades que oferecem a maior amplitude de utilização, muito por conta da sua capacidade de adaptação aos mais diferentes ambientes.

As variedades de Zoysia tradicionais, como a Esmeralda Imperial e a Esmeralda, são mais resistentes ao pisoteio do que as Mini Zoysias, como a Zeon e a Geo Zoysia. As tradicionais apresentam um hábito de crescimento mais rápido, com isso sua regeneração é melhor.

As Zoysias são as mais comumente observadas em  jardins residenciais, também sendo utilizadas com muita frequência e sucesso em jardins industriais e rodovias. Esses cultivares podem ainda ser indicados para projetos esportivos de intensidade moderada, como um campo de futebol utilizado apenas durante os finais de semana.

Outras Variedades

Entre as variedades comerciais mais utilizadas, a São Carlos Plus (Axonopuss Compressus) é a com a menor resistência ao pisoteio em condições de sol pleno, já em ambientes semi-sombreados, ela será a variedade com a melhor capacidade de regeneração, portanto, a que apresentará o melhor comportamento se pisoteada.

Como evitar os problemas da compactação:

É comum imaginar que a compactação cause danos apenas em gramados esportivos, por conta da alta frequência de pisoteio.  Há um ditado comum que diz que onde o goleiro pisa, nem grama nasce. Pobres goleiros, a culpa não é exclusividade deles. O que ocorre é que a região do gol recebe uma concentração muito alta de trafego durante uma partida de futebol.

                               

Fig. 2 - Efeito da compactação sobre o crescimento de plantas

Em gramados residenciais, quem ainda não reparou um caminho sendo formado onde ele normalmente é mais pisoteado? Mais uma vez o excesso e concentração de pisoteio dificultando o desenvolvimento da planta.
 

Fig. 3 – Caminhos no gramado formado pelo excesso de pisoteio

O gramado, independente da sua finalidade, deve ter sempre um solo com boa aeração.  Algumas práticas podem ser adotadas antes do plantio da grama, enquanto outras podem ser utilizadas com ele já formado.

O importante é que a relação sinérgica entre a planta e o solo não seja prejudicada pelos efeitos da compactação.

Como corrigir os problemas da compactação?

A melhor forma de evitar a compactação é, no momento do preparo do solo, fazer uma boa descompactação do solo base e aumentar o teor de areia dele.

No caso dos gramados residenciais o problema pode ser minimizado com o uso de artigos de decoração, elaboração de um caminho com pedras ou dormentes de madeira onde os efeitos começam a se evidenciar. A criatividade fica por conta de cada um.

Fig. 4 – Caminho para trafego, minimizando os efeitos do pisoteio.

Já nos gramados esportivos a regra comum é plantar a grama sobre uma camada espessa de areia. Essa areia além de facilitar na drenagem da agua também oferece um amortecimento ao solo. Solos arenosos, sem a presença de agentes cimentantes como a argila, são sempre menos compactados.
Há no mercado opções de equipamentos, profissionais e amadores, que ajudam na descompactação do seu gramado. Essas operações de descompactação devem ser normalmente realizadas durante os meses mais quentes do ano. Sempre que possível acrescentar areia ao perfil do solo.


 
Fig. 5 – Uso de equipamento para descompactar o gramado.


Outra medida cultural adota é elevar a altura de poda nas áreas onde o tráfego é mais intenso. Falamos em deixar a altura de corte por volta de 1cm mais alta do que altura de corte indicada para aquela variedade.
O excesso de umidade no solo facilita a sua compactação, portanto, evitar o uso do gramado em períodos chuvosos é uma boa medida preventiva.

Resumo:

Considere a variedade mais indicada para o seu projeto levando em consideração a sua tolerância ao pisoteio.

Faça um preparo de solo adequado, preocupado com a aeração do solo. Plantas fortes precisam ter raízes fortes.

Adote práticas que diminuam os efeitos da compactação.

E o mais importante, pise no seu gramado. Para nós o gramado sempre deve ser o seu palco de emoções.