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30/01/2018 | 4 min de leitura

Grama Itograss do Allianz Parque vira matéria no Jornal Lance

Lance!

Fellipe Lucena - 30/01/2018 - 08:00 / São Paulo (SP)

O torcedor do Palmeiras verá um "tapete" no campo do Allianz Parque de janeiro a dezembro de 2018. Este é o planejamento da administração da arena e da Itograss, empresa que fornece a grama do local desde abril do ano passado. A World Sports continua responsável pela manutenção do gramado.

A estratégia tem três pilares: a nova variedade de grama (saiu a Bermuda Tifgrand, entrou a Bermuda Celebration), as trocas parciais ou totais do gramado (foram duas totais em 2017, com resultado satisfatório) e a análise antecipada do calendário de jogos e shows (haverá uma reunião na semana que vem para planejar toda a temporada).

- A primeira coisa que eu propus foi trocar a variedade da grama. Eu acreditava muito que a variedade que estava lá era inferior à variedade que a gente tem. Mudamos a grama em abril do ano passado, que foi quando o gramado começou a dar a volta por cima. A grama que tinha lá se chama Bermuda Tifgrand, e agora temos a Bermuda Celebration. Essa Celebration já tinha se mostrado superior na Copa. Foi a grama de cinco dos 12 estádios da Copa, incluindo Mineirão e Maracanã - explica Breno Rodrigo Couto, gerente da Itograss.

- Essa grama tem uma capacidade maior de recuperação. Além dela suportar mais o desgaste das chuteiras, ela se recupera mais rápido. E ela tem uma vantagem em relação ao sombreamento. Todas as variedades usadas em campos esportivos são extremamente dependentes da luminosidade, mais do que as gramas de paisagismo ou jardinagem. A Celebration também precisa de luz, só que consegue suportar mais a condição de meia sombra do estádio - acrescentou.

Além da mudança do tipo de grama, a empresa fornece a tecnologia para que o gramado seja trocado rapidamente. Esse processo foi feito pela primeira vez no Allianz Parque em abril do ano passado: o gramado foi todo retirado para shows de Justin Bieber, Elton John e James Taylor e replantado para o jogo entre Palmeiras e Peñarol. Entre o último show e o jogo passaram-se seis dias.

Em setembro, o processo foi repetido. O gramado foi retirado para um festival de rock entre os dias 21 e 26 e logo replantado para o jogo entre Palmeiras e Santos, dia 30. Nesse caso, o resultado acabou sendo prejudicado pela forte chuva que caiu antes e durante o clássico. Como a grama havia acabado de ser plantada, a drenagem estava funcionando de maneira mais lenta e várias poças se formaram. A WTorre acredita que não haveria nenhum problema se a chuva fosse menos intensa.

Na reunião da semana que vem, a WTorre e a Itograss vão definir quando haverá trocas de gramado em 2018 - devem ser duas ou três ao longo do ano. A época de maior atenção, a princípio, será em maio: haverá show de Ozzy Osbourne dia 13 e jogo da Libertadores no dia 16. As partes ainda vão avaliar se o melhor é fazer a troca completa do gramado ou alterar apenas as partes danificadas.

- Em 2017, estava prevista uma outra troca completa que acabou não sendo necessária. A experiência mostrou que a variedade de grama que está lá suporta mais que a anterior. A grande questão foi a troca da variedade, porque a empresa que faz a manutenção é a mesma (World Sports), o estádio é o mesmo e a cobertura é a mesma - explicou Breno.

A grama utilizada para as trocas de gramado está plantada em uma fazenda em Tremembé (SP), na região do Vale do Paraíba. Há uma outra área plantada no último andar da arena. De lá, são tirados pedaços de grama para pequenas correções após as partidas.

- Esse gramado lá de cima a World Sports usa para trocas pequenas. Para a troca completa, é necessário um nível de tecnologia muito maior, cobertura de areia, cortes, manutenção idêntica à do estádio... A gente produz o gramado na fazenda como se fosse um campo de futebol mesmo, depois só transporta para dentro do estádio. Lá em cima deve ter uns 600 m². Para eu fazer a troca instantânea, tenho de ter 15 mil m² prontos - explica o gerente da Itograss.

- O campo do Allianz Parque foi o mais usado do mundo em 2017, contando shows, eventos e jogos. Ficou em segundo lugar em 2016, se não me engano, mas com fortes críticas. Houve até um desgaste entre presidente, Cuca e Allianz. Ano passado, conseguiram usar mais o campo e houve zero desgaste - concluiu Breno.

Veja um bate-bola com Breno Rodrigo Couto, gerente da Itograss:

LANCE!: Quando a empresa de vocês passou a fornecer a grama do Allianz Parque?
Em abril do ano passado. Desde a inauguração do estádio, que é quase perfeito, o gramado era um ponto negativo. A gente acompanha o pessoal falando que o gramado não era condizente com a arena. Nós, como maiores produtores de grama da América Latina, tínhamos muito interesse em pegar esse gramado, queríamos muito estar lá dentro. Com os problemas que eles estavam tendo no ano passado, nos chamaram para conversar.

O gramado tem se mantido em boa condição ultimamente. O tipo de grama é o diferencial?
Sim. A grama que está lá é mais tolerante ao sombreamento. Esse modelo de arena se preocupa muito com o espectador, então você tem a maioria dos assentos cobertos. Mas isso diminui muito a incidência de luz no gramado, e a luz é fundamental para a grama fazer fotossíntese, uma série de fatores. Quando a Fifa diminuiu o tamanho regulamentar do campo, passaram a ser menos metros quadrados para os mesmos 22 caras correrem 10km, 12km por jogo. Você tem um espaço menor para um desgaste maior. Tudo isso requer um nível de tecnologia diferente, iluminação artificial, uma manutenção mais agressiva. E se for usar palcos para shows, uma troca muito rápida para a arena conseguir ser multiuso.

Qual é a diferença do procedimento da troca parcial do gramado para o da troca total?
É muito parecido, só a metragem é menor. Quando você tem uma torre que fica em cima do gramado por mais tempo, ou um palco que fica em uma parte só do campo, é necessário fazer uma troca pontual. Eles já perceberam que essa grama resiste mais, então a necessidade de troca é menor, suporta mais o material que é utilizado sobre o gramado.